Confira como foi a live sobre Impressão 3D com Alexandre Keese e Danilo Ribeiro

Transformadora, surpreendente e essencial. Esses são adjetivos que já podemos inserir quando falamos de impressão 3D e suas possibilidades

Confira como foi a live sobre Impressão 3D com Alexandre Keese e Danilo Ribeiro

Transformadora, surpreendente e essencial. Esses são adjetivos que já podemos inserir quando falamos de impressão 3D e suas possibilidades. Na última quarta-feira, dia 28 de abril, a FESPA Digital Printing promoveu uma live entre o diretor da feira, Alexandre Keese, e o gerente de marketing e produto da Mimaki Brasil, Danilo Ribeiro.

Foi uma oportunidade para compreender essa nova alternativa dentro da indústria. Veja o vídeo e confira abaixo os principais pontos da conversa.

Momento transformador

Danilo Ribeiro reforça como a Mimaki vem atuando por conta do momento atual: “Estamos home office, nos adaptando. Para mim também vem sendo uma adaptação, com meu espaço restrito entre apartamento e supermercado. Tem sido aprendizado tanto enquanto “pessoa física” como “jurídica””.

“Estamos buscando melhorias, entendimento das necessidades. Brinco até que estamos conversando mais em home-office do que conversávamos presencialmente. Tentamos fazer desse momento um grande aprendizado, mas que seja também realmente produtivo. O principal é o que a Mimaki colocou como diretriz, que é não ter nenhuma intenção de reduzir quadro. Isso é muito importante para o posicionamento da marca”.

“Vimos nesse momento de home-office a oportunidade de fazer algo novo, que queríamos fazer e reclamávamos que não tínhamos tempo. Fizemos uma linha de treinamentos específicos com nossos colaboradores, reunindo habilidades de cada um. São treinamentos na linha têxtil, 3D, UV, solvente. E estamos repassando os treinamentos aos canais de distribuição, com ótima aceitação, e o principal objetivo que estamos nos preparando é se aproximar cada vez mais do nosso cliente final, gerar mais conteúdo, mais desenvolvimento e contato”.

A Mimaki, inclusive, está participando de um projeto para doar equipamentos visando o combate ao Covid-19. Saiba mais em: www.fespabrasil.com.br/pt/noticias/mimaki-apoia-projeto-de-impressao-3d-no-combate-ao-covid-19

O início do 3D

Danilo ressalta que, antes de tudo, é preciso lembrar que estamos falando de uma revolução. “É algo que ainda não é 100% tangível, mas é revolucionário a ponto de eu poder estar em casa e imprimir “qualquer coisa”. Um exemplo: quebrou o pé da geladeira da minha casa. Eu posso imprimir a peça”.

“Ainda não temos a noção do impacto nisso das pessoas. Eu quero imprimir “uma coisa” e da forma mais rápida possível. Essa flexibilidade é o que tange o dia a dia de quem tem uma impressora 3D”.

O especialista revela que, apesar de muitos acharem que a impressão 3D é nova, ela surgiu em meados da década de 80 para atender demandas de grandes indústrias, eram equipamentos na faixa de milhões de dólares. Surgiu nos EUA para atender a geração de protótipo, ou seja, fazer uma peça e entender sua viabilidade para depois a produção industrial”.

O grande marco, explica, ocorreu no final dos anos 2000, quando pessoas revolucionárias pegaram essa tecnologia industrial e trouxeram para dentro de uma “caixa” que cabe em cima de uma mesa: é a impressora “desktop”. A tecnologia de milhões de dólares foi transformada em algo de mil dólares”.

Além de trazer a impressão para dentro de casa, ela se desenvolveu exponencialmente por conta do conceito Open Source, ou seja, código aberto. “As pessoas disponibilizavam como fazer a impressão 3D e os softwares abertos a todos. Isso fez com que tivéssemos milhares de pessoas desenvolvendo e melhorando os equipamentos e as soluções que podem ser produzidas com ele”.

Crescimento

Essa cooperação trouxe uma evolução de equipamento em tamanhos, quantidade de injetores diferentes e canais de venda em todo o mundo, podendo comprar uma impressora 3D em um site de compras online.

As possibilidades do 3D entram em vários mundos: “Hoje temos empresas que terceirizam impressão 3D, pessoas que têm máquinas em suas casas e as grandes máquinas para grandes empresas fazendo a prototipagem”.

Danilo Ribeiro deixa claro: “O limite está na criação. Quando eu tenho criatividade, ela vai longe”.

Diversificação

O 3D está em segmentos que nem imaginamos. Há mockups de embalagens para testes em 3D. Há toda a prototipagem. Há a área de propaganda e marketing, com criação de troféus, brindes corporativos. É possível escanear a pessoa e fazer a impressão em miniatura e colorida.

Outra área é a customização de objetos: você pode fazer, por exemplo, uma luminária que só você no mundo terá. Falando em decoração, o 3D já é usado na arquitetura para a fabricação de maquetes coloridas.

A impressão 3D está presente também na medicina. Não apenas dentro de um hospital para uma cirurgia, mas no preparo dos médicos. Você pode ter a impressão 3D mostrando como são as partes do corpo nos detalhes de ligamento, musculatura.

Com isso, pode-se simular uma cirurgia. É possível fazer uma ressonância e através de mão de obra especializada, inclusive com conhecimento médico, pegar o arquivo de uma ressonância, criar um arquivo de impressão 3D e fazer a simulação de cirurgia.

Nas escolas, a impressão 3D é uma realidade. Há um estudo de Emanuel Campos, engenheiro na área 3D, que fala que 65% das crianças que hoje estão no Ensino Médio vão trabalhar em funções que não existem, como IA, drones, campos que não fazem parte do nosso dia a dia hoje.

Isso faz com que tenhamos que gerar para as crianças um conteúdo de qualidade, quer desperte o senso de curiosidade. Isso vem sendo feito através de escolas, universidades, cursos de especialização com equipamento 3D qualificando crianças, adolescentes, adultos. E as crianças têm uma facilidade ao lidar com tecnologia pois elas absorvem tudo muito facilmente.

Impressão digital e Impressão 3D

Danilo Ribeiro reforça que a impressão digital e a impressão 3D são totalmente complementares, atuando juntos de forma perfeita. “A Mimaki possui impressoras UV, solvente, impressão direta. E entendemos que temos que partir para dois mercados de atuação: 3D e automação para estar dentro de uma linha de produção. E nossas novidades se integram com a impressão digital. Temos 3D monocromáticos e coloridos quem podem ser usados em ponto de venda”, reforça o gerente de marketing e produto.

“Na realidade do mercado gráfico, posso gerar em um ponto de venda uma parede adesivada, banner gerando a campanha, vidro adesivo e peças dentro do ponto de venda em 3D mostrando um lançamento. No caso de uma loja de perfumes, posso fazer pequenas ou grandes simulações e colocar no ponto de venda”.

Cruzar as duas impressões é muito importante. E elas podem atuar não somente integradas como utilizadas para a produção do mesmo item. “Eu posso imprimir em 3D um brinde corporativo como um chaveiro, por exemplo, e depois colocar uma impressão na máquina UV com uma infinidade de cores para imprimir”.

Cenários da impressão 3D

Na conversa, fica claro que para atuar com a impressão 3D é preciso estudar, se qualificar e ter um estudo inteligente de mercado - assim como em todas as áreas da indústria de impressão. Cenários para essa tecnologia também foram traçados.

Danilo relata: “Há estudos que dizem que mais de 50% das empresas nacionais estudam investir em um equipamento 3D nos próximos 3 anos. E, globalmente, daqui 7 anos, cerca de 10% de tudo que será impresso no mundo será em impressão 3D”.

Alexandre Keese reforça o papel da impressão 3D como uma facilitadora, como uma companhia aérea com muitas impressoras 3D para reproduzir peças e reduzir o estoque. E destacou o impacto da tecnologia em cases criativos, alguns inclusive que vêm ajudando nesse momento da pandemia.

A impressão 3D oferece a necessidade da criação e adaptação rápidas de uma peça. “É claro que, quando eu falo de ganho de escala, eu pego essa peça e mando para fazer o molde para gerar volume. Mas a velocidade do desenvolvimento é incrível”.

Futuro da impressão 3D

Os próximos passos da impressão 3D envolvem o ganho de escala. Ter produção em escala e com baixo custo são os dois próximos passos a serem seguidos.

Mas já existe criação de produto final com o 3D. Danilo explica que a impressão se encaixa hoje em peça de reposição, prototipagem, mas ainda não em peça de produto final em grande escala. Porém, quando pensamos em uma linha de produção de baixo volume e necessidade de alto valor agregado, o 3D está presente.

Danilo cita exemplos do uso do 3D em grandes empresas como na AirBus, Lamborghini e Bugatti. Todas possuem peças em 3D em sua construção. A AirBus, inclusive, investe em empresas de tecnologia 3D para alavancar a produção da tecnologia. A AirBus estima que, até 2050, 60% do custo da aeronave será reduzido pela impressão 3D, como pelas peças mais leves. Já nos casos dos automóveis, o 3D está presente na customização e até em peças dentro dos carros.

Conceito Maker e aprendizado

“Quando colocamos as máquinas dentro da casa das pessoas, não temos limite. Temos todos pensando em aplicações e projetos. Não só as indústrias como as pessoas físicas”, relata Danilo Ribeiro quando fala desse novo conceito Maker.

Danilo detalha que, para quem quer começar, “compre uma máquina, independente do valor, e comece a aprender. Precisamos da evolução da mão de obra. Hoje a impressora é acessível para a gente ir testando, aprendendo e se desenvolvendo. Ela tem baixo custo na produção de peças. Conheço pessoas que têm impressoras para lazer e se divertem fazendo peças dentro de casa com os filhos, saindo da teoria e indo para a prática”.

Isso, inclusive, irá moldar o profissional do futuro. E, como o 3D é open source, há muitos sites que ensinam a produzir as peças. “A impressora 3D estará, sem dúvidas, em nosso dia a dia. A tendência é que a partir de certo ponto todos terão sua impressora 3D em casa, assim como têm a impressora de folha”.

Alexandre Keese finaliza com duas das muitas lições que ficam da conversa: “A primeira é o impacto, como mostram os números passados da penetração do 3D no mercado. E também os muitos empregos que serão gerados que ainda nem conhecemos a profissão. É certo que lidar com a impressão 3D estará nesses empresas. A segunda é que a curva de aprendizado é mais acessível, pois a forma como vamos lidar com o software é mais simples”.

O 3D na FESPA Digital Printing 2020

A FESPA Digital Printing 2020 vai mostrar de 23 a 25 de setembro todo o Poder da Impressão! E é claro que a impressão 3D estará presente, em seus diferentes tamanhos, formatos e necessidades.

A principal feira de impressão digital do país ocorre no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, em São Paulo. Para fazer a inscrição gratuita e visitar a feira, acesse: www.fespadigitalprinting.com.br/visitar.

 

17 a 20 de Março de 2025
Segunda a quinta-feira das 13h às 20h
Pavilhão Azul do Expo Center Norte
São Paulo, SP - Brasil