Qual a diferença entre fibra natural e têxtil sintético?

Os têxteis variam muito, impactando seu manuseio, impressão e o valor final do produto. Compreender as fibras naturais (algodão, linho, seda, lã) e sintéticas (poliéster), suas misturas e tintas compatíveis (reativas, pigmento, corante ácido, sublimação) é crucial. Nessan Cleary compartilha a importância de enfatizar a qualidade do tecido em vez de apenas o custo de impressão, elevando a impressão têxtil de uma corrida para o fundo para um reino de aplicações de alto valor.

É fácil agrupar os têxteis como uma única família de substratos, mas os vários tipos de tecido vêm de raízes diversas e exigem manuseio e processamento diferentes, sendo adequados para usos distintos. Isso tem implicações para a forma como imprimimos nesses tecidos e para as diversas aplicações de mercado em torno da impressão têxtil, como o Direct to Fabric (Direto no Tecido).

Mais diretamente, o tecido afeta diretamente a proposta de valor por trás do produto final. Com muita frequência, a conversa entre impressores é sobre o processo de impressão, como os custos relativos da impressão DtG (Direto para a Peça) ou DtF (Direto para o Filme). Mas isso apenas leva a uma corrida para o fundo, usando os têxteis mais baratos com a impressão menos cara. E há outras oportunidades, desde vestuário até alta costura, bem como artigos para casa, como capas de edredom, onde a decoração é um dado adquirido e o valor vem da qualidade do próprio tecido.

Durst LF430 GF usa tintas pigmentadas para imprimir em uma variedade de tecidos diferentes. Crédito da imagem: Nessan Cleary

Todos os têxteis podem ser divididos em fibras naturais ou sintéticas. Como regra geral, as fibras naturais são mais macias, mais leves e mais facilmente recicláveis do que as sintéticas, mas as sintéticas são mais baratas de produzir e oferecem características como resistência a rugas e impermeabilização. Além disso, existem muitas misturas que buscam oferecer o melhor dos dois mundos.

Fibras Naturais

As fibras naturais se dividem ainda em fibras de origem vegetal, que são principalmente celulose, e fibras de origem animal, que são principalmente proteínas com uma pequena quantidade de gorduras e ceras conhecidas como lipídios. De longe, o tecido natural mais comum é o algodão, que cresce em torno das sementes da planta do algodão. É amplamente utilizado para camisetas, meias, roupas íntimas e lençóis. O algodão também é usado para fazer toalhas e roupões de banho, bem como jeans e veludo cotelê.

Existem vários tipos de algodão. O mais barato e comum é o algodão Regular, onde as fibras são torcidas juntas para fazer o fio a partir do qual o algodão é tecido. A maioria das impressões DtG usa algodão regular para economizar custos. Um passo acima disso é o algodão Ring-Spun, onde os fios são torcidos e afinados para criar cordas macias de fibras de algodão, de modo que o material final seja mais macio, mais leve e mais durável. Isso também cria uma superfície mais lisa que permite impressões mais nítidas. Depois, há o algodão Penteado, onde as fibras são penteadas para que fiquem todas paralelas e as fibras mais curtas sejam removidas. Isso leva a um material mais forte com uma sensação mais suave, adequado para camisetas e vestidos de maior valor. Finalmente, há o algodão Orgânico, onde o algodão é cultivado organicamente, sem herbicidas ou pesticidas, o que oferece uma abordagem mais ecologicamente correta, mas com um custo.

O linho às vezes é usado como alternativa ao algodão. É feito das fibras da planta de linho comum, uma planta com flores que também é conhecida como linhaça. É leve e forte, muito absorvente e seca mais rápido que o algodão, o que o torna adequado para roupas de clima quente. Uma desvantagem do linho é que ele amassa facilmente, mas também pode ser misturado com algodão para criar roupas sem rugas que são mais fortes e leves do que o linho sozinho.

Epson mostrou amostras impressas com tipos de tintas, incluindo a nova série de pigmentos Genesta PG revo vista aqui à esquerda. Crédito da imagem: Nessan Cleary.

Tanto o algodão quanto o linho podem ser impressos com tintas reativas ou tinta pigmentada à base de água. As tintas reativas usam corantes que se ligam às fibras naturais, mas exigem vaporização e lavagem pós-impressão. As tintas pigmentadas podem alcançar uma sensação similar, mas usam calor em vez de vaporização para fixar as tintas, e não exigem o mesmo grau de lavagem, o que economiza água e energia. As tintas pigmentadas são adequadas para impressão em rolo e DtG.

Muitas aplicações de maior valor, particularmente na moda, usam seda. Esta é produzida por bicho-da-seda, mais comumente do bicho-da-seda Bombyx mori que vive em amoreiras. A seda tem a reputação de ser uma das fibras naturais mais fortes existentes. Também é bastante macia, muito leve, altamente respirável e boa para absorção de umidade. Além disso, as fibras têm uma estrutura semelhante a um prisma triangular que reflete a luz em vários ângulos para produzir um efeito óptico cintilante.

Os melhores resultados de impressão vêm da tinta de corante ácido, que também exigirá que o tecido impresso seja vaporizado para fixar as cores e depois lavado várias vezes para garantir que não haja corante não fixado restante.

As tintas de corante ácido também podem ser usadas com outras fibras naturais de origem animal, como a lã, que também funcionam com tintas reativas e pigmentadas. A lã é tipicamente bastante volumosa e retém bem o calor, tornando-a ideal para roupas quentes. Existem diferentes tipos dependendo do animal de origem, como alpaca, bem como mohair ou cashmere de cabras. Mesmo entre a lã de ovelha, existem várias variantes, como a merino, que é mais macia e leve, e a Cotswold, que é mais áspera, ambas provenientes de diferentes raças de ovelhas. A qualidade da lã ditará o tipo de tinta mais adequado, como ácido para a maioria das aplicações envolvendo lã merino.

Têxteis Sintéticos

A maioria das fibras sintéticas geralmente cria melhores barreiras à água, o que é bom para roupas à prova d'água, mas também significa que o suor pode ficar preso dentro das roupas. Elas têm boa elasticidade ou capacidade de alongamento, tornando-as muito adequadas para roupas esportivas. Elas são principalmente derivadas de combustíveis fósseis e geralmente não têm boa resistência ao fogo.

Talvez o mais comum seja o poliéster, que é bastante leve e tem boa respirabilidade, tornando-o popular para roupas esportivas. O poliéster é um tipo de polímero do grupo éster, mas existem várias maneiras diferentes de criar variantes de poliéster. O mais comum é o etileno poliéster ou PET e existe até uma forma de poliéster de origem vegetal onde o etileno vem de fontes naturais como a cana-de-açúcar.

Os melhores resultados normalmente vêm da impressão em um papel de transferência e, em seguida, sublimando as tintas para o material, para que o pigmento se ligue às fibras. Isso produz uma excelente sensação ao toque com boa resistência à lavagem. Dito isso, alguns fornecedores oferecem impressoras DtG para poliéster que usam um primer para segurar a tinta nas fibras.

Existem também muitos materiais misturados que oferecem a sensação de fibras naturais com a funcionalidade de sintéticos. No entanto, como as diferentes fibras aderem aos pigmentos de maneiras diferentes, é preciso ter cuidado com as porcentagens dos materiais sendo misturados. O poli-algodão, por exemplo, funciona melhor com pelo menos 70% de algodão para 30% de poliéster.

A maioria dos fornecedores de impressão têxtil está desenvolvendo tintas pigmentadas que ficarão na superfície do material e devem funcionar com muitos tipos diferentes de tecido, de modo que isso não seja um problema. No entanto, elas dependem de primers para fixar a tinta na superfície e amaciantes para melhorar a sensação ao toque das impressões. A resistência à lavagem ainda é um problema, de modo que este é um trabalho em andamento para muitos fornecedores.