Artigo FESPA: Gerenciamento de cor na impressão digital têxtil

Artigo FESPA: Gerenciamento de cor na impressão digital têxtil


Artigo publicado no site FESPA.com escrito por Laurel Brummer

 

Um dos segmentos de mais rápido crescimento da impressão digital é a impressão de tecidos. Como em todas as outras áreas da impressão digital, isto significa que não são apenas os especialistas em produção têxtil que irão fornecer projetos artísticos para projetos de impressão em tecido.

No coração de qualquer projeto de impressão está o desejo de alcançar a maior qualidade de imagem possível, e especialmente conquistar as cores corretas. Mas para alcança-la, há todas as partes envolvidas que precisam cooperar completamente, e cada um fazer sua parte para garantir um resultado agradável e de sucesso.

Assim como em qualquer tecnologia de impressão digital, a qualidade de impressão e as cores que querem ser alcançadas, depende de três fatores principais: a tecnologia de impressão utilizada, as tintas e, por último mas não menos importante, o substrato usado. Há alguns fatores técnicos a considerar quando o assunto é qualidade de imagem, e para imagens baseadas em pixels (fotos) as duas maiores preocupações são resolução e nitidez.

As imagens precisam ter uma resolução alta o bastante para que as imagens possam ser ampliadas. A regra de ouro diz que você precisa do dobro da resolução em termos de pixels por polegada (ppi) relativo à tela que será usada na impressão.

Na impressão comercial convencional, as telas ainda são comuns, e uma resolução de tela de 150 linhas por polegada (lpi) costumava ser muito comum, enquanto as maiores resoluções de tela são mais comuns hoje em dia, e uma resolução de imagem de 300 ppi é frequentemente indicada como a resolução necessária para imagens.

Mas na impressão digital muitos tipos de tecnologias de serigrafia são usadas, e o cálculo da resolução de imagem necessária não é sempre tão direto como costumava ser. E se o produto impresso será visto a uma certa distância, você pode optar por uma menor resolução final da imagem, talvez até cerca de 100 ppi, após a escala. Se estiver na dúvida, pergunte ao fornecedor do serviço de impressão qual a resolução de imagem que eles recomendam para o tipo de impressão que você está planejando.

Logos e outros vetores baseados em artes podem ser ampliados e baixados livremente e não estão restritos a uma determinada resolução, como pode ser o caso com fotos. Mas isto significa que estes tipos de imagens e ilustrações precisam ser criadas usando softwares como Illustrator ou algo similar, o qual define a arte, assim como “splines curves” (frequentemente chamado “Line art” ou gráficos vetores).

Quantas cores você precisa?

Nem todas as spot Colors podem ser reproduzidas no espaço de cor disponível ao usar os processos de cor CMYK. Os cubos coloridos na ilustração representam cores únicas, enquanto a esfera interna representa o gamut de cor da impressão offset em estoque revestido. Cerca de 40% das spot colors estão fora da gama, não imprimíveis, em CMYK.

Todos os dispositivos de impressão estão limitados quanto ao número de cores que eles podem reproduzir. Então, quando você planeja a sua produção de impressão você irá precisar se perguntar quais cores são mais importantes em seu projeto.

Há duas categorias principais de tintas de impressão usadas na indústria. Para uso geral, o inkset para cores de processo (Cyan, Magenta, Yellow e Black) é mais comumente usado para reproduzir uma gama de cores razoavelmente grande de cerca de 400 mil cores únicas. Mas para as cores de marca, assim como cores de logos específicos, as “spots colours” são usadas.

Um dos fabricantes mais conhecidos e renomados de spot color é Pantone, a qual oferece mais de 100 tons especiais no sistema de cor Pantone. Se você tentar e reproduzir estas cores especiais usando CMYK, você perceberá que apenas cerca de 60% das spot colours podem ser encontradas precisamente usando o conjunto de tintas CMYK. Então, se uma ou mais cores especiais são críticas para a sua impressão, você vai precisar pagar um extra para o impressor usar essas tintas especiais.

O problema é que poucos sistemas de impressão digital, se houver, podem carregar todas as tintas de cores especiais Pantone na impressora. Por esta razão, mais e mais sistemas de impressão começaram a usar o que é chamado de um gama de cor estendida, ou expandida, o que significa que a tradicional base de cor CMYK é complementada com Laranja, Verde e Violeta.

Usando uma gama de tinta expandida em sua impressora, cerca de 90% das cores especiais Pantone podem ser reproduzidas fielmente, dependendo em quais substratos são usados. Se você usou os guias de cor Pantone você perceberá que eles vieram ao menos em duas versões base. Um guia é impresso em papel brilhante e irá mostrar as mais ricas e saturadas cores.

Outra amostra de cor é impressa em papel não revestido, e as mesmas cores agora vão parecer menos saturadas. Isto é exatamente como é, um fenômeno físico, e cada tipo de substrato impresso tem suas limitações em termos do que a gama de cor pode reproduzir, dado um específico conjunto de tinta.

Então, se certas cores em seu design são cruciais para você, tenha certeza que a impressora pode reproduzi-las de uma forma precisa, e pergunte por provas de impressão com precisão de cor, para que você não fique desapontado quando você receber as impressões finais.

Prova difícil ou suave?

A beleza de usar uma impressora digital para produção de impressão é que você pode usar normalmente essa impressora como um dispositivo de prova. Pode-se imprimir um exemplo de sua arte exatamente na mesma impressora que será usada na tiragem final de impressa. Mas há uma forma de simular o resultado impresso em outros dispositivos de impressa, incluindo um monitor. Este é ao usar o perfil ICC criado para calibrar e caracterizar a impressora digital.

No gerenciamento de cores aplicado, nós lidamos tanto com os sistemas de cores Subtactive (esquerda) e Additive (direita), assim como as cores especiais disponíveis quando usando configurações de tinta spot colours.

Esta tecnologia existe há muitos anos. O International Color Consortium (ICC), o qual introduziu esta tecnologia, foi fundado em 1993. Mas por alguma razão esta tecnologia de gerenciamentos de cor não é totalmente entendida ou usada em toda as partes da indústria de artes gráficas.

A implementação correta significa que cada dispositivo usado para criar, modificar ou reproduzir cores pode ser calibrado e caracterizado usando tecnologia ICC. No centro disto está o perfil ICC, o arquivo de dados que descreve qual gama de cor o dispositivo é capaz de reproduzir.

Então, se você salva imagens (fotos) em Adobe RGB, por exemplo, você trabalha em uma gama de cor de cerca de 1,2 milhão de cores. Se você as salva em sRGB (muito comum em câmeras de uso pessoal e imagens preparadas para publicação web), em vez disso, você trabalha em um gama de cor menor de cerca de 800 mil cores. Cada impressora tem limitações para o quão grande gama de cor ela pode reproduzir, o que significa quantas cores únicas existem em seu espaço de cores.

Uma referência comum de gama de cor é a gama offset de cores impressas em estoque revestido de boa qualidade, usando tintas de processo CMYK padrão, Esta gama de cor cobre cerca de 400 mil cores. Isto pode soar um pouco distante de sRGB ou Adobe RGB mas, levando em conta que as cores primárias para um monitor são RGB, enquanto na impressão as cores primárias são CMYK, o resultado visual não é tão diferente porque estes dois sistemas de cores trabalham de uma forma completamente diferente de outra.

O sistema de cor do monitor (e da câmera) usa um sistema de cor aditivo, uma vez que diferentes comprimentos de ondas de luz são adicionadas para produzir a cor ao emitir luz diretamente nos olhos. Quando todos os comprimentos de anda estão presentes com toda a força, nós percebemos isso como sendo branco. Na impressão, no entanto, o sistema de cor CMYK é baseado em um processo subtrativo, onde a luz é projetada para a superfície, e então refletida através de uma fina camada de filme de tinta.

Quando adicionamos cores ao substrato impresso, a luz refletida dará a aparência de diferentes cores dependendo do mix. Se todas as cores estão presentes nós conseguimos preto (ou quase preto, por conta das impurezas dos pigmentos CMY). Então, nós adicionamos uma tinta puro preto e chamamos de K porque ela é a “cor chave”. Ela é também prática quando imprimimos texto preto.

Há algumas cores no sistema subtrativo CMYK que não estão presentes nem em sRGB nem em Adobe RGB, especialmente o Yellow e Cyan saturados. No entanto, visualmente, a gama de cor Adobe RGB encontra o gamut de alta qualidade offset muito bem, e esta em parte é o motivo pelo qual a gamut offset é usado como uma referência de gama de cor quando usamos muitos outros processo de impressão.

Quando você configura um dispositivo de prova, e este pode ser sua própria impressora colorida, você precisa primeiro calibra-la para um status definido, para um certo tipo de papel. Você irá precisar de um espectofotômetro para fazer isto, mas há algumas boas soluções no mercado, como por exemplo o X-Rite Color Munki.

Para gerenciar a cor do impresso, você precisa de um espectofotômetro. Um dos mais acessíveis é o X-Rite ColorMunki, mostrado aqui. O ColorMunki também pode ser usado para calibrar um monitor.

O ColorMunk pode, aliás, ser usado para calibrar seu monitor, então você vai usa-lo muito. Depois de você calibrar seu dispositivo, você imprime (ou em um projeto de monitor) muitas cores e mede-as com seu espectofotômetro. Estas medidas são usadas para criar um perfil ICC para o dispositivo.

Quando você aplica o gerenciamento de cor você usa os perfis ICC necessários para converter cores entre espaços de cores, ou simula cores em um dispositivo usando o perfil ICC para outro dispositivo. Uma vez que você entendeu como isto trabalha, você pode gerenciar todas as cores em seu projeto de impressão, e ter sérias discussões com seu fornecedor de serviço de impressão se você pensa que ela deve saber gerenciar melhor as cores.

Se você usa o Adobe Creative Cloud ou algo similar ao criar sua arte, você pode configurar as cores ao usar os perfis de ICC corretos para fazer provas impressas em sua impressora calibrada, ou provas em seu monitor.

De agora em diante, não deve haver surpresas desagradáveis quando você obtém as impressões finais, porque você chegou nas cores que são o que elas devem ser antecipadamente no processo usando provas.

 

Fonte: https://www.fespa.com/en/news-media/features/colour-management-in-digital-textile-printing

11 a 14 de Março de 2024
Segunda a quinta-feira das 13h às 20h
Pavilhão Azul do Expo Center Norte
São Paulo, SP - Brasil